Na margem de um trilho
Onde encontro? Onde me acho? Tenho estado entre a encruzilhada de dois mundos, tenho sido chave torta para dois lados. De um lado um brilho que atravanca meus olhos para fora, do outro um ponto circular que traz a escuridão para minha face. Como saber qual dos dois é o caminho? Sendo que aqui onde me encontro existem tantos espinhos. E as extremidades de cada lado são tão longas... Infinitamente longas... Uma infinidade com dois brilhos opostos, um em cada ponta. GIRA CABEÇA! GIRA!É impossível decidir para quem meus olhos querem ser doados. Separa-te, una-te, separuna-te. Corpo- mente. Metade de ti é escuro-frio, e a outra metade é claro-quente. Definitivamente não sei para onde olhar, meu físico está cansado, meus olhos doem, não aguento mais me contorcer para que os dois tenham igualmente meus olhares. Ficarei aqui no meio de pálpebras fechadas, trazendo para minha retina as duas presenças, os dois estados, as duas esferas, todas as sensações...
Uerla Cardoso
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