terça-feira, 16 de julho de 2013

Diário de trabalho: Saulus Castro - 05.06.2013



Era para andar num não-chão. Num lugar último. Tudo o que conecta é parcial. Ligações singelas não são daqui, não são visíveis. Eu vi o fim do filho, guardado com tanto carinho, contanto, não suficiente. Eu vi a via de ligação separar o nosso, o querer nosso dividindo, deixando asfaltos intrafegáveis; eu vi a fuga e a alegria que não transbordava. Aconteceu da via desviar, virar torto destino e rumo, enviesar olhar distraído e desaliviar ardores de coração. Era luta e ganho e era indefinível qual dos véus primeiro sucumbiria. Quebrou-se a via movediça, extrapolou-se o limite do “aqui”, era de escada e escuridão, de uma janela enorme que se deslizava para o laranja cobertor de pássaros. Uma figura que testemunhava a dor da gente. A porta aberta, o canto habitado, era de aranhas e veneno. O filhinho vinha nos braços, dormia. Ela o ergueu. A via o ventilava lá pra cima. O lance era próximo. Mas, foi de chão, de golpe oco. Era som de garganta esfacelando. Minha? Era o habitar-se em si.


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