Quanto mais passa o tempo mais
travam as explicações do porque estar nessa arte. Sempre faltam as palavras,
quem dirá às belas palavras, talvez essas ultimas nunca cheguem a essa boca... É
melhor ficar em silêncio para não dizer asneiras. O paradeiro constante do
corpo no tempo talvez seja reconhecimento, não anti-social, nem diferente, mas
uma pausa exausta de um constante “Devir”, uma respiração da cabeça... De tanto
ver e achar que ver, os olhos um dia adoecem, tem muita poeira neste mundo de
meu deus, é muita chaga que não sara, cultivamos nossas próprias chagas, e
temos a vaga impressão de andar no coração alheio...
Tão jovem e a pele já é moribunda
da sede da carne, os sentimentos que perpassam esse corpo são tão passageiros
como os transeuntes. As vezes fica um abraço, uma palavra, ou só um olho
mesmo... e fica uma saudade leve das coisas que ficaram lá atrás, das
brincadeiras e pão de forma, a forma de uma mão e um traço do rosto de algum
deles. Quase todos os dias aparecem novas mensagens de mudança, cada toque não
atendido é a impressão de uma notícia que se adia a chegar. Fica do lado de cá
uma ânsia de mãos atadas, uma vontade de estar nos dois lugares, partir-se para
unir-se a si mesmo, um beijo que devia ser dado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário