segunda-feira, 3 de junho de 2013

Diário de trabalho - Saulus Castro: 03.06.2013

Ficou uma resina que desceu do olho, não sabia exatamente onde estava. Não sabia o ponto, não sabia o que o corpo rezava. Havia algumas trincheiras que sobraram do pós-guerra. Havia dois mondrongos que dilaceraram o chão. Era o perdido e o inviável, o imóvel. a vontade de fazer algo além de respirar, algo além de ficar morto; o chão não era lona, não era terra. O chão é o que dilacera; era o desejo de tudo, não de imobilizar os sentidos, era a vontade de arremessar prédios contra tanques de guerra e um súbito suspiro das árvores mortas, das raízes das árvores mortas, que era terra e era chão, esvoaçavam galhos de soluços e invadia os ouvidos dos soldados, soldador. Era o que no mantinha na cegueira; era amor de mãe...

...

E hoje ficamos com mais uma morte; a morte já tem o cheiro da maresia dessa cidade. Mas não qualquer morte, uma morte parida à fórceps. Esperança dança...

 

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