Aqui o vento disfarça a queimação
da pele, o enrugar-se, finge frio e espalha por sobre o corpo como água que
deixa maleável tudo o que é sentido, represado.
Daqui avisto o mundo e suas
infâmias, suas lâminas cortantes, seu afago e solfejo como quem definha sem perceber
a morte dos sentidos.
Aqui embebo-me de tempo e derivo
como silêncio nessas pedras postas em nuvens, este aposto substrato. O descaso
com o próprio outro, o eu.
De todas as idas e vindas essa
foi a que mais pesou a volta, não queria retornar a essas paragens, derivar de
lá era como goso em silêncio... Não pude sentir saudades desse mar em duas vias.
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