O
tempo, meu velho, o tempo em que abrasávamos o corte no fogo de nossas
línguas (porque aqui só temos elas para uma tradução imperfeita do
imperfeito coração [que é carne e espírito]). Do instinto febril de
quando não equilibrávamos as temperaturas de dentro e fora. Mas era
curta a ferida. Hoje, não.
Também não é negar o corte, descartá-lo ou condená-lo. Isto já o afirma. Negar é a existência do sim, gerador e enleio.
E deriva,
seu moço, não é a superação do corte, distante disso: reconexão. É o
próprio corte na carne da alma. Mas, além. O reconhecimento da
possibilidade, ou mesmo necessidade de ir além. E este além é,
consoante, um precário estar agrário.
deriva
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